Algum tempo atrás, ia eu de viagem, num dia irónicamente chuvoso, quando passou na rádio uma música que me fez ouvir com plena atenção.
Música essa que, a cada letra caía involuntáriamente uma lágrima dos meus olhos.
Fiquei o dia inteiro a pensar e a repensar naquela música e na sua letra, que era riquíssima na sua tradução.
A minha inquietação só parou quando, finalmente, consegui encontrar e ouvir vezes sem conta a música, juntamente com o seu videoclip.
Acredito, sinceramente, que todos que a ouvirem, irão reflectir bem na letra, e verão que todas as palavras transmitidas musicalmente, têm a sua realidade e verdade na nossa actualidade.
O tema principal da música é a guerra.
Essa palavra tão destrutiva que o Homem, um ser dito humano, decidiu um dia criá-la e colocá-la em prática.
Triste verdade, o próprio Homem criou algo para se auto-destruir, quando podia criar algo que desse paz ao mundo.
Destruição essa que só cria ódio e sofrimento entre famílias, religiões, povos, em suma, entre o mundo.
Embora vão para as televisões falar que a guerra é um mal, e que deve acabar duma vez por todas, que fez o homem para realizar isso?
Que fez o Homem até hoje para que a guerra fosse algo do passado?
Que fez o Homem para extinguir a guerra e globalizar a Paz?
Nada, nada fez.
Nada foi feito porque o ouro é sempre bem mais forte que qualquer outro motivo existente.
Matam-se crianças, idosos, jovens, animais, por causa da ganância de quem muito tem, mas que não olha a meios para alcançar além do que já possui.
Contudo, e ironicamente, não são essas pessoas que colocam o corpo ao manifesto.
Não, não são elas. Esses gananciosos, os senhores da guerra, enviam filhos de boa gente para lutarem pelos seus próprios interesses, mesmo que isso lhes custe a vida, mesmo não tendo culpa..
E porque não vão eles? Porque não enviam os próprios filhos?
Não o fazem porque é sempre mais fácil mandar fazer do que fazer.
Não o fazem porque querem evitar o sofrimento da própria família, preferindo causar sofrimento na família alheia.
Que realidade revoltante.
Mas que fazemos nós para mudar isto tudo? Que fazemos?
Nada, não fazemos igualmente nada.
Ficamos somente a lamentar toda a destruição que é vivida em sofrimento, em muitos sitios da Terra. Ficamos a olhar através da janela do mundo, a ver o sangue de quem não tem culpa a escorrer só por um nome… pelo dinheiro.
Tal como diz a música, «…embora doa nada fiz para mudar, embora doa nada vai mudar… embora doa não me faz perder o sono,…»
É triste, mas é verdade.
Se não fizermos nada a guerra continuará eternamente.
É bem verdade e será sempre esta verdade que iremos viver.
Caros amigos, aproveito para vos deixar a música de que vos falei.
Espero que a ouçam com calma e atenção, para poderem reflectir sobre ela.
Klepht – “Embora Doa”
Marta Costa